A rose is a rose is a rose et coetera

E nesses primordiais cabelos precocemente cosidos
onde poderei afagar as sobras calcinadas do amor,
a timidez da luz, um primeiro movimento, uma mãe?

 

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Ano de 2015. Voltei a Coimbra e encontrei-me com o João. Tinha o manuscrito de um novo livro. Li-o e chorei. Falei-lhe do trabalho de fotografia documental que tinha feito com a minha avó e de como me emocionava sempre que pensava nisso.

Este livro do João Rasteiro foi lançado há poucos dias, A rose is a rose is a rose et coetera. Poesia magnífica, própria de um poeta maduro. Poesia sentida e ao mesmo tempo trabalhada, um equilíbrio que a depurou, tornando os afectos e a dor ainda mais sublimes.

Escolhi uma das minhas fotografias de que mais gosto para ilustrar este livro. Está tudo ali, na quietude de um corpo sentado diante da luz, as mãos no colo, pressentidas, as pernas magras e as meias de lã escuras que não chegam ao chão, novamente criança no gesto, quase eterna na espera do tempo.

© Sara Augusto 2016 Mangualde, UCC/SCMM

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