Às vezes, em dias de luz perfeita e exacta,
Em que as coisas têm toda a realidade que podem ter,
Pergunto a mim próprio devagar
Porque sequer atribuo eu
Beleza às coisas.
Continuo obsessiva, estado que já me conheço desde há muito, mas de que tomei conta com a fotografia. Também lhe chamo indecisa, mas acho que não é isso. É uma absoluta incapacidade de apagar qualquer traço de beleza que encontro.
A beleza é o nome de qualquer coisa que não existe
Que eu dou às coisas em troca do agrado que me dão.
Não é agrado, não é só agrado. É uma alegria, um entusiasmo, de descobrir outra dimensão oferecida pelas coisas, que pode vir das formas mais diversas.
Que difícil ser próprio e não ver senão o visível!
Não, não. Somos cegos e desatentos a maior parte das vezes. A beleza é a singularidade visível, que vem da proximidade e da atenção e que me acrescenta.
© Sara Augusto, 2020 Grand Coloane, Macau
excelente! são fotografias sublimes na sua afirmação compositiva, consistência e complementaridade cromática (azul celeste, verde orgânico)!!
Obrigada, António. Seria mais fácil procurar consistência em 10 fotografias. Mas, e as outras, como deixá-las? 🙂
Isto é pura poesia! ❤️
Sabia que ias gostar, querida Helena! Obrigada!