Infância perdida

Como lhe hei-de explicar isto, senhor presidente da junta, o silêncio de uma casa carbonizada. (2017: 12) As coincidências ocorrem quando menos esperamos. Ainda tenho nos olhos as fotografias do Miguel Valle de Figueiredo quando começo a ler o livro de contos da Ana Margarida de Carvalho, Pequenos delírios domésticos, publicado pela Relógio d’Água no final de […]

Read More Infância perdida

Insolitus

Há um poema de Eugénio de Andrade que fala do insólito e não consigo encontrá-lo. Ele diria tudo o que eu tinha para dizer desta fotografia e da impressão que voltei a ter agora, quase cinco meses depois do registo. Mas não encontro… é uma pena. © Sara Augusto, 2016, Serra da Estrela.

Read More Insolitus

Em silêncio no céu onde o sol está

Hallelujah! Hallelujah! In Ewigkeit! Começam a tornar-se compridas as sombras da tarde, o crepúsculo aproxima-se devagar, também ele em passo de procissão, aos poucos o céu perde o vivo azul do dia, agora é cor de pérola, porém naquele lado de além, o sol, já escondido por trás das copas das árvores, nas colinas distantes, […]

Read More Em silêncio no céu onde o sol está

Narciso

Esse sou eu! Sinto; não me ilude a imagem dúbia. Ardo de amor por mim, faço o fogo que sofro. Que faço? Rogo ou sou rogado? A quem rogar? Quero o que está em mim; posse que me faz pobre.  Ovídio, Metamorfoses, Livro III, vv. 463-466 © Sara Augusto, 2016 Da série Fabulas.     […]

Read More Narciso

White big thing

Na verdade, eu não sei que seja aquela coisa branca enorme que agora está no meu céu de sempre. Mas é imensa e bonita. Queria ser o primeiro pássaro a voar sobre ela, a primeira gaivota a pisar a areia daquela praia. “Pensamentos da gaivota que olhava a lua com o mesmo espanto da primeira […]

Read More White big thing

Alma de sete cores

Tinha o céu da minha alma as sete cores, valia-me este mundo um paraíso, destilava-me a alma um doce riso, debaixo de meus pés brotavam flores! (João de Deus, “A Vida”) No dia 26 de fevereiro vou falar sobre João de Deus, a “alma de sete cores”, numa das salas do Museu Nacional Grão Vasco, […]

Read More Alma de sete cores

O conto da aranha

 Parou por breves segundos e teve uma iluminação, se é que uma aranha tem destas coisas que se abrem no espírito. Não quero mais uma ordem na vida e não posso viver no caos. Parei e olhei-a com mais atenção. Que raio, aranha, cala-te, cala-te, e enteia-te. Pareceu-me que sorria. Não sei bem como é que ela […]

Read More O conto da aranha