Vou perdendo a ilusão da quietude das flores. A luz nunca é a mesma e qualquer hera rasteira (mas obviamente impressionista…) parece mudar de cor, de textura, de forma… que quase receio que desapareça de uma hora para a outra.
Estranho o que os meus olhos me dão a ver. Ou talvez seja tão somente o modo diferente como cada flor, cada caule e cada folha, se revelam, um modo mais rigoroso, mais incisivo, insinuante, agora que estou mais atenta. Por vezes sou eu que fico quieta, antecipando mistérios e sombras. Outras vezes disparo sem medir. E em tudo isto há encolher de ombros e torcer de lábios… como há surpresa e olhos brilhantes.
Consigo fazer o mesmo quando olho o teu rosto? Que revela para além do visível? E tu, serás capaz de me ver como cada flor que prendi me viu?
Eu prometi visitas frequentes, e aqui estou.
Fico quieto, olhar no vazio, meditando no que leio… procurando desvendar o invisível oculto por trás destas letras.
Admirável Sara a.
Venha, sempre. Fique quieto, escreva, como lhe apetecer! Abraço.