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Se às vezes digo que as flores sorriem…
Alberto Caeiro.
Divido o tempo e vou somando. Um ano, doze meses, um mês, trinta dias, uma semana. E somando retomo um ano, e neste exercício me demoro, prolongando o tempo, como se a espera e a passagem dos dias fossem alguma firmeza na penumbra. E depois tomo cada dia, cada semana, componho um mês. Com a memória marco os dias que valeram pelos outros e há dias que valeram semanas… e assim se é tão pouco parece tanto o tempo que os teus olhos pousaram em mim.
Ana de Santa Cruz, De vita floris.
Não sorriem apenas. Prendem-me.