laranja
Talvez seja laranja o sol poente
ou quase cor de sangue – esse andarilho;
laranja como o lume, quando é filho
da noite onde o vermelho se pressente.
Talvez seja laranja que desmente
as cores do arco-íris que dedilho…
Laranja ou só um risco ou só um trilho
de pele a anoitecer tão levemente?
Talvez seja laranja de mansinho
na pele onde cicia uma lonjura
… murmúrio, flor de vento, flor de pinho
ou luz ou já penumbra ou só frescura
da tarde onde o laranja fez caminho.
Será mesmo laranja ou só procura?
Carlos André, O prisma de Newton, 2015
Ou quando entre o anoitecer e o arrepio da água, trilho de pele, há apenas um caminho.
© Sara Augusto, 2016, Serra da Estrela
Não conhecia este texto! É fabuloso e a fotografia inspiradora.
Pura magia, o conjunto! Obrigada, Sara! Continuo a ficar de coração cheio!
Fico feliz que tenha agradado, Helena. Lembro-me bem das circunstâncias em fiz a fotografia. Pareceu-me que o poema se enquadrava com a mesma intensidade.