(…) E eu morrendo! E eu morrendo,
Vendo-te, e vendo o sol, e vendo o céu, e vendo
Tão bela palpitar nos teus olhos, querida,
A delícia da vida! A delícia da vida!
Olavo Bilac, In extremis
(…) O que adoro em ti lastima-me e consola-me:
O que eu adoro em ti é a vida!
Manuel Bandeira, Madrigal Melancólico
Creio nos olhos que veem a vida.
Nas mãos que tocam o calor da minha pele.
Nos lábios que murmuram palavras incompletas.
Nos corpos que tecem gestos lentos e quietos.
No coração que a dor tornou maior.
Na alma que o tempo tornou eterna.
Mas, sobre tudo isso,
Creio nos olhos que veem em mim
A delícia da vida, a delícia da vida.
Ana de Santa Cruz.