Narrativas do insólito

Vertentes teóricas e ficcionais do Insólito
Vertentes teóricas e ficcionais do Insólito

 

 

 

 

 

 

 

 

No dia 6 de dezembro teve lugar no Centro de Literatura Portuguesa o lançamento do livro Vertentes teóricas e ficcionais do Insólito (Rio de Janeiro: Editora Caetés, 2012), da responsabilidade de Flavio García e Maria Cristina Batalha. Trata-se de um volume que reuniu os trabalhos apresentados no I Colóquio Internacional Vertentes do Insólito Ficcional, que decorreu em junho deste mesmo ano, e onde foram convidados Carlos Reis e Maria João Simões.

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Flavio García, UERJ

Na sessão de apresentação, Flavio García, que além de organizador do volume é também autor do capítulo «Quando a manifestação do insólito importa para a crítica literária» (13-29), fez a história deste volume e apresentou cada um dos trabalhos publicados. Como se afirma no texto de apresentação: «Consideramos que o conjunto de textos aqui reunidos expressa bem a importância das pesquisas e sua abrangência nos planos nacional e internacional, demonstrando a relevância das reflexões acerca da presença do insólito na literatura e nas artes» (12).

O tema interessa-me muito. Este ano tive oportunidade de apresentar um trabalho na Universidade Nova no Congreso Internacional El Poder y la Estética del Grotesco, que decorreu a 24 e 25 de maio, organização conjunto do Griso e do Núcleo de Estudos Ibéricos e Ibero- Americanos na UNL. Não foi fácil corresponder ao que me era pedido mas acabou por me dar uma satisfação tremenda e resultou no título «Da inconstância da fortuna: a Constante Florinda, de Gaspar Pires de Rebelo», brevemente disponível.

Foi este trabalho sobre o grotesco e o contacto com as obras de W. Kayser (O Grotesco, sua realização na literatura e na pintura, 1957), e Bakhtin (A cultura popular na Idade Média e no Renascimento, 1941), para além de Philip Thomson, G. Harpham, B. McElroy, A. Clayborough, Sherwood Anderson, Mary Russo, Alice Mills e D. Meindl, considerando ainda a publicação coordenada por Maria de João Simões, O Fantástico (CLP, 2008), que me fez pensar inquietamente no insólito.

Maria João Simões
Maria João Simões
Carlos Reis e Flavio García

As categorias literárias não me são estranhas, muito menos aos investigadores do Centro de Literatura Portuguesa. Basta correr os títulos publicados (O trágicoO grotesco, O fantástico, considerando ainda O melodrama) por este centro de investigação para perceber como se estabelecem e se distinguem. Se acrescentarmos o maravilhoso, e outras categorias (tendo em conta a modo como são formuladas em obras como O conhecimento da literatura, de Carlos Reis), parece-me que o insólito as caracteriza transversalmente. Em relação ao mundo mimético qualquer uma destas categorias implica um certo grau de «desvio» e isso é «insólito».

Suponho que esta omnipresença e esta suprema capacidade de influir na construção ficcional narrativa, instalando-se das formas mais diversas, ao mesmo tempo que se torna determinante na captação da leitura, seja o motivo mais do que suficiente para a matéria desenvolvida nos artigos deste volume. Distingo no índice e recomendo a leitura dos trabalhos dos investigadores do CLP, Carlos e Reis («Figurações do insólito em contexto ficcional», 54-69) e Maria João Simões («Fantásticos diferentes: mistério, insólito e estranho em Sá-Carneiro e Ana Teresa Pereira», 70-79).

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