Vai, mas não deixes de me escrever. Não deixes de escrever. Não deixes de fotografar. Sente tudo.
Ana de Santa Cruz
Dia 15 de outubro.
Entrei no barco em Hong Kong. Apenas mais uma hora para chegar a Macau. Chovia miudinho e por entre as nuvens rompia uma luz difusa e pálida.
Trazia na cabeça imagens lidas, filtradas por metáforas simbolistas, cores de mistério, histórias e mitos envoltos numa aura de poesia, cores e incenso. Perdura até hoje… Mas nada me tinha preparado para o pôr do sol e para o insólito de uma ponte no meio do mar.
Entre os meus olhos e a luz do céu sobre a água, estavam a câmara e as vidraças gastas e molhadas do barco. Não fechei os olhos uma única vez mais do que uns segundos e dentro de mim senti uma aceitação tácita da mudança, um consolo que me aquietou. Não vou esquecer nunca o primeiro deslumbramento, o movimento das nuvens sobre o mar, o fogo do sol, o pressentimento de terras desconhecidas. E em tudo isto os meus equívocos.
In mood for myself.
©Sara Augusto, Macau, 2016
Não, nunca deixes de escrever! Nunca deixes de fotografar! E nunca, mesmo nunca, deixes de sentir! É essa a tua diferença boa! Como é bom ler/ver!
Não deixarei, Helena. Abraço.
Lindo mesmo querida Sara… as imagens falam pelas palavras e vice-versa! Continua a transmitir dessa forma o que vais sentido! Um beijinho grande e muita saudade
Devia fazê-lo mais, é verdade. Abraço, Teresa!
Escrever, fotografar, sonhar e partilhar, querida Sara. Toda a tua pessoa é genuína expressão de sensibilidade artística.. Em Yoga, diria que é o teu Dharma. Em bom português, é o teu dever, a tua função: dar felicidade, transmitir beleza. Um afetuoso abraço.