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(…) Viajei por mais terras do que aquelas em que toquei…
Vi mais paisagens do que aquelas em que pus os olhos…
Experimentei mais sensações do que todas as sensações que senti,
Porque, por mais que sentisse, sempre me faltou que sentir
E a vida sempre me doeu, sempre foi pouco, e eu infeliz. (…)
Álvaro de Campo, Passagem das Horas
Ainda estou a tentar perceber se esta série de fotografias resultou do gosto que tenho por esta cidade, da luz dourada que a envolvia, ou do significado que fotografar tem para mim. É possível que a partida anunciada me enterneça. Com toda a certeza que a luz do fim da tarde é irresistível. E não duvido que aquela hora a fotografar me deu um nível de concentração que aproveitei até ao fim da noite, ao mesmo tempo que procurei captar, da forma que podia, a beleza da cor, da luz, e das formas.
Coimbra é uma cidade estranha. É uma cidade saturada de memórias. É uma cidade antiga… e velha. Às vezes tenho a impressão que se vai esboroar e deixar-se afogar no Mondego. Mas se isso acontecesse seria sempre debaixo de uma luz dourada, com livros, fotografias e um copo de vinho na mão… Haveria também sorrisos e amigos, amores e dores, melancolia e tristeza, música e madrugadas. E esqueceria dela as coisas mesquinhas que me ferem, torres de marfim a apodrecer, vaidades pequeninas e amarelecidas.
Uma coisa é certa. Nunca tive um dia de rotina nesta cidade. Poucos dias foram parecidos. Mas talvez seja apenas porque também eu todos os dias sou diferente.
Lindas as fotos Sara, muito bom o texto,define bem a cidade. Adorei, muito bom amiga. Compreendo-te. beij
Eu sei que sim. 🙂
Sara, excelentes fotos, algumas com uma perspectiva de lugares conhecidos que nunca tinha tido. Excelente. Bjs.
Obrigada, João! 🙂
Lindas fotos! 😀