Continuo com frio e este ano quase nem dei conta das flores da minha ameixeira do quintal. Não me lembro sequer de a ver toda florida como costumava. Pode ser que eu não tivesse estado presente. Pode ser que as flores tenham fugido da chuva, caídas na água do tanque. Vou ter menos ameixas. São pequeninas, quase cerejas, vermelhinhas e doces, mas só no Verão. Se eu estiver por lá. Se elas não caírem também no chão e na água do tanque.
Tentei, apesar da ausência, fotografar alturas diferentes da floração. As flores mexem-se devagarinho. Só tenho de me aproximar, estudá-las um pouco, procurar a cor e a luz, experimentar. Têm um sorriso que dura a eternidade, sem amarelecer, sem perder brilho, sem enrugar.
Eu tenho umas florzinhas de jasmim que me perfumaram a alma…
A tua alma já nasceu com perfume, querida!
Gosto muito do sol. Aprendi, no entanto, a enorme beleza da chuva…
Também gosto da chuva. Sobretudo gosto de fotografar com chuva e depois da chuva. E de acordar e adormecer a ouvi-la. Gosto sobretudo de me sentar no meu sofá e vê-la cair no pátio.
Um abraço para ti.