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Não importa quanto dura o inverno; a primavera vem logo a seguir.
Provérbio.
Sim, não resisto. São belas. São únicas. E fazem-me respirar fundo e situar as coisas no lugar a que pertencem. Lembram-me Alberto Caeiro, e o seu “Quando vier a Primavera”.
Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma
Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.
NOTA:
春? é primavera em japonês. Claro.
“Haru…”
As “sakura”, cerejeiras japonesas, são o anúncio da primavera, um espectáculo que os imperadores do Japão não perdem, faz parte das suas visitas oficiais pelo país. As “sakuras” começam a florir no sul do país e formam uma onda florida até ao norte, é esse o sentido da digressão dos imperadores. Começam no sul e acabam no norte do país a acompanhar a onda de “sakuras” floridas. Bjs minha linda.
São lindas, Carlinha! 🙂